sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Princípios Fundamentais da Estratigrafia







1.Principio de Uniformitarismo (actualismo)
O presente é a chave do passado.

Problemática, dificuldades de aplicação numa terra em condução permanente: mudanças na composição da atmosfera e da água dos oceanos; deriva continental e expansão oceânica, variação na velocidade de rotação da Terra e suas implicações na dinâmica da circulação atmosférica e nas zonas climáticas; variação do campo magnético e intervenção de fenómenos cósmicos; evolução nas condições de vida de alguns mecanismos. Em suma, há leis que nunca mudam!


2.Princípio da sobreposição

Em condições normais, toda a camada sobreposta a outra é mais moderna do que ela.
Principais excepções: terraços, filões camadas, depósitos enchendo cavidades cárcicas, deformações metamórficas.
A - O nível 1 é mais antigo, porque é o primeiro a formar-se, seguindo-se por ordem 2 e 3.
B – Dobra deitadaNo flanco invertido, a ordem de antiguidade observável na superfície de erosão (e, e’) não é compatível com o principio da sobreposição.
C – O filão camada situa-se paralelamente às camadas, não intersectando as camadas.O filão camada é o mais moderno do que qualquer das camadas representadas.
D – Primeiro há uma deposição dos calcários os sedimentos depositados em grutas são mais modernos do que as camadas que lhe servem de tecto.

Necessidades de recorrer a critérios de polaridade:
· Organismos em posição devida
· Marcas de raízes
· Icnofósseis
· Granotriagem
· Figuras geopéticas
· Figuras sedimentares
· Análise microtectónica


3.Princípio da relação intrusão
O corpo rochoso intrusivo e a falha são mais modernas que as rochas atravessadas ou fracturadas.
A intrusão é sempre posterior às rochas que atravessa, assim como os filões (ou dique) que cortam as camadas.

4.Princípio da horizontalidade original
Os sedimentos são sempre depositados em camadas horizontais.
O fenómeno geológico que altera a horizontalidade é sempre posterior à sedimentação.


5.Princípio da continuidade lateral
Uma camada tem a mesma idade em todos os seus pontos, o que implica que os limites inferior e superior de uma camada representam superfícies isócronas. Importante por permitir correlacionar observações praticadas em locais diferentes, completa o princípio da sobreposição na medida em que possibilita a extensão lateral das observações na mesma bacia sedimentar. Dificuldades de aplicação, sobretudo em regiões de climas húmidos ou muito urbanizadas. Valido à escala local, às vezes regional.
Como reconhecer a mesma camada em diferentes locais? Muitas vezes foram tomadas por sincrónicos estratos semelhantes do ponto de vista litológico mas, na verdade, com idades diferentes. Caso clássico é o dos “Old Red Sandstones” devónicos e dos “New Red Sandstones” Pérmico; houve convergência de condições de formação com resultados sedimentológicos muito semelhantes. É, portanto necessário recorrer a outros critérios.

6.Principio da identidade paleontológica
Os estratos com o mesmo conteúdo fossilífero são da mesma idade.
Os fosseis estratigráficos ou “bons fósseis” ou fósseis característicos caracterizados por:
· Rápida evolução, ou seja, curta longevidade;
· Vasta repartição geográfica;
· Ocorrência frequente;
· Identificação simples.
Limitações e problemas inerentes à distribuição dos seres vivos. Factores condicionantes: temperatura, profundidade, salinidade, correntes, tipos de fundo, factores geográficos. Distribuições antiequatoriais (distribuição descontinua de organismos marinhos próprios de águas frias de um e de outro lado da zona equatorial por impossibilidade de atravessar águas quentes) e antitropicais (distribuição descontinua devido a causas paleogeográficas – “tubarão serra” presente apenas nos extremos da antiga área de dispersão que abrangia toda a Mesogeia).


Bibliografia:
Escrito por Nelson Ricardo
Wednesday, 29 March 2006
http://nelson.awardspace.com/index.php?option=com_content&task=view&id=17&Itemid=63

Sem comentários: