Os estratos podem dividir-se de acordo com a sua espessura:
- Lâminas: estratos com espessura <1cm>
- Camadas: estratos com espessura >1cm
. finas: 1cm-10cm
. médias: 10cm-30cm
. espessas: 30cm-1m
. muito espessas: >1m
Quando não ocorre deposição dos estratos durante algum tempo, originam-se limites de camadas , planos de estratificação. Na existência de erosão “nascem” descontinuidades.
As descontinuidades em geologia acontecem sempre, notando-se apenas uma variação na grandeza e a regularidade com que ocorrem. Estas podem surgir tanto no interior da Terra, como nas camadas à sua superfície.
As descontinuidades relativas ao interior da Terra são:
- Descontinuidade de Conrad - designa o contacto brusco entre a crosta continental inferior e a superior (15 a 20km de profundidade), separando as rochas félsicas (ex: granito) da crosta superior das rochas máficas (ex: basalto) da crosta inferior, e onde se dá um aumento descontinuo das ondas sísmicas;
- Descontinuidade de Moho - é o limite entre a crosta e o manto (entre 5 a 10km no fundo oceânico e entre 35 a 40km nos continentes, de profundidade) e as ondas sísmicas aumentam bruscamente devido à rigidez do manto ser maior;
- Descontinuidade de Gutenberg - fronteira entre o manto inferior e o núcleo externo (cerca de 2883km de profundidade), onde se deixam de propagar as ondas S e as ondas P diminuem drásticamente, devido ao núcleo externo ser líquido;
- Descontinuidade de Lehmann - separa o núcleo externo(líquido) do interno (sólido), aumentando novamente as ondas S e P.
Nas unidades exteriores da Terra encontramos as seguintes descontinuidades:
- Descontinuidades Sedimentares - ocorre entre duas lâminas correspondentes a marés sucessivas num intervalo de tempo muito curto. Podem atingir vários metros e indicam-nos uma simples ausência de deposição (descontinuidade passiva) ou a destruição parcial ou total da lâmina anterior (descontinuidade erosiva).
- Descontinuidades Estratigráficas - quando duas unidades são divididas por um intervalo de tempo. Podem alongar-se por vários quilómetros.
- Descontinuidades Diastróficas - quando há ausência de determinada unidade geológica associa-se uma deformação tectónica (formando uma discordância angular).
Quando não se verificam estes casos de descontinuidade geológica, impera a continuidade estabelecida pelos princípios fundamentais da estratigrafia, referidos no artigo anterior.
Podemos assim diferenciar os contactos entre as unidades litológicas:
- Ao contacto estratigráfico normal, chamamos concordante pois há sempre continuidade entre unidades sucessivas.
- Identificamos uma paraconformidade quando não existe diferença de atitude entre as unidades sobrepostas mesmo que faltem diversos conjuntos líticos que é comum corresponderem a vários milhões de anos.
- Quando um corpo ígneo atravessa as unidades já sobrepostas, o contacto é intrusivo.
- Não-conformidade é o contacto entre um conjunto sedimentar e um corpo ígneo ou conjunto metamórfico mais antigo.
- A superfície erosiva que põe em contacto rochas sedimentares com a mesma atitude, chamamos disconformidade ou ravinamento.
- A discordância progressiva verifica-se quando os diversos níveis vão fazendo ângulos progressivamente diferentes com o substrato.
- Quando as inclinações do conjunto superior e inferior são diferentes, fazendo um ângulo entre si, chamamos a este fenómeno: discordância angular.
discordância angular erosiva:
Bibliografica:
- Vera Torres, Juan Antonio (1994), Estratigrafia, Principios y Métodos. Madrid: Editorial Rueda.
- consulta dos blogs: http://estpal08.blogspot.com/ , http://fossilvivo.blogspot.com/2008/10/continuidade-estratigrfica.html ,
- Descontinuides sedimentares e contactos entre unidades litológicas: http://moodle.fct.unl.pt/mod/resource/view.php?id=93673
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